06 setembro, 2011

Scrapped Princess

O anime Scrapped Princess data de 2003 e tem um total de 24 episódios.
É baseado nos livros (romances) de Ichiro Sakaki, publicados entre 1999 e 2005, num total de 13 volumes.

Sinopse (em inglês):
Pacifica Casull is the most feared and hated person by the followers of the God Mauser. Known as the Scrapped Princess, she is the poison that will destroy the world. To avoid being killed by the zealots of Mauser, Pacifica and her adoptive brother and sister leave the village of Manhurin. Her brother, Shannon, is an expert with the sword while Racquel is proficient with magic. At every step of the way, however, someone is constantly trying to kill Pacifica, hoping to somehow avert the catastrophe that is supposed to befall the world on her 16th birthday.

Quando se olha para as imagens, não se imagina que esta história tem uma grande vertente de ficção cientifica, mas é isso mesmo que se passa. Apesar de no início a trama se passar num cenário medieval, cedo percebemos que há algo mais.
No entanto "Scrapped Princess" é diferente da maioria dos outros animes de aventura e mesmo de ficção científica que já vi. Tem mechas, magia, religião, políticas monárquicas, estratégias de combate, seres de inteligência artificial, MAS nada disto define o anime. Este é feito da história e das personagens, de tal forma que é difícil defini-lo num estilo. Mas para quê catalogar algo quando se pode apreciá-lo somente?

Em termos de história, no início temos muita comédia à mistura, mas aos poucos a trama vai-se tornando cada vez mais densa e consequentemente mais séria. É um amadurecimento necessário e bem enquadrado, de forma a que quem vê se ajusta facilmente à mudança gradual.
O que mais gostei na trama, foi a capacidade que anime teve de nos fazer questionar certas coisas, que parecem básicas e de fácil resposta, mas na verdade não são. Ficamos sempre na dúvida sobre o que e certo e sobre o que é errado. Será que os Peacemakers não têm razão em querer manter o mundo como está? Não seria melhor que a Pacifica morresse e deixasse o mundo com está?
Estas e outras questões são centrais para o desenrolar da acção e nunca somos forçados a pensar de uma determinada maneira, sendo-nos antes apresentados os dois lados do combate, de forma a que cada um decida por si mesmo, quem lhe parece que tem razão.

Em termos de personagens, temos um leque bastante vasto, embora por vezes mascarado de estereótipos, consegue manter-se interessante e surpreendente até ao fim.
O que mais gostei neste anime foi a relação entre a Pacifica (a Scrapped Princess) e os irmãos, Raquel e Shannon. O irmão mais velho, Shannon, foi das personagens mais bem desenvolvidas do anime e a vontade inabalável dele em proteger a irmã, é dos grandes pilares da história. Já a Raquel não foi desenvolvida convenientemente, ao contrário do irmão. De certo modo acho que merecia mais profundidade, o que não aconteceu porque raramente nos mostraram as suas motivações (apesar de o seu afecto ser óbvio).

Já quanto à Pacifica, protagonista, achei-a uma personagem bastante irritante em certos momentos. É uma autêntica princesa com o complexo donzela em perigo, apesar de ter uma personalidade forte, não deixa de ser muitas vezes irritante e bastante burrinha (de tal modo que tinham de lhe explicar as coisas duas ou três vezes, para que ela percebesse). Ainda assim, no contexto geral a Pacifica até é uma boa personagem dentro e manteve-se sempre fiel a si mesma.

As minhas personagens favoritas foram o Fulle, o Shanon e das meninas, a Raquel. Também gostei muito do Chris e na baronesa
Um dos males do anime é que se foca no 'presente' das personagens e, no caso do Shannon e mais ainda da Raquel, nunca nos é dado a conhecer como ele é tão bom espadachim  ela é tão boa feiticeira. A meu ver esta informação era importante, embora a história tenha funcionado sem ela.

A animação está muito boa, especialmente dentro do que passava naquela época (fazendo ainda assim recordar um pouco a animação dos anos 80). É fluída e acompanha muito bem a história. O desenho de personagens não é o mais imaginativo (especialmente em termos de vestuário), mas adaptamo-nos bem ao estilo e as personagens conseguem ser bastante distintas entre si. As cenas de acção também estão muito boas (embora avise já, que a acção não é tão frequente como seria de esperar num anime de aventura/ficção científica, mas que está lá somente quando é necessária) e o desenho dos mechas está bem interessante, embora nada se compare a Gundam, Macross , Evangelion ou Escaflowne, mas também os mechas não são o foco central deste "Scrapped Princess".

Quanto à banda sonora, acho que está muito bem adaptada.Não é nada de lendário, mas enquadra-se bem com a história e as cenas. A sequência de abertura está engraçada e a música não aborrece. O mesmo acontece com a sequência de fecho.

No geral, "Scrapped Princess" foi uma bela surpresa. Não contava gostar tanto do anime, nem chegar ao fim com as lágrimas nos olhos, mas a sensação de ter visto algo diferente. Não é um anime para todos, pois tem um compasso mais leve e mistura vários géneros, mas para quem se atrever a dar-lhe uma hipótese, tenho quase a certeza de que irá gostar.
Espero ler os romances do qual este anime foi adaptado (da autoria de Ichiro Sakaki), para poder rever a história e as personagens.
Recomendo! (vejam com as vozes originais, em japonês)


Nota: No final do episódio 18, chorei que nem um bebé. Uma personagem a quem me afeiçoei rapidamente morreu, apesar das poucas vezes que surgiu. Acho que vir o anime vai sentir algo com esta morte. Não revelo nomes para mão criar um grande spoiler, mas eu já suspeitava que essa persoangem ia morrer, logo desde a primeira vez que apareceu. Ainda assim foi uma pena ... :(

Trailer, como vozes em inglês:

Sem comentários:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails